Administração Científica


A administração científica é marcada pelos estudos do engenheiro norte americano Frederick W. Taylor. Os seus estudos estão focados nas tarefas das organizações, mais precisamente nos tempos e movimentos da força de trabalho. De acordo com Chiavenato, a ciência da administração é resultado da observação e mensuração dos fatos.


Taylor teve como ponto de partida das suas pesquisas o fato de os empregado diminuírem seus ritmos no trabalho para equiparar a força dispensada, ao que era pago pelos patrões. Na sua primeira fase de observações acerca do assunto, o engenheiro Taylor verificou que todas as tarefas podiam ser detalhadas em tempos e movimentos. O que se procurava, nesta fase, era a aplicação de métodos, já utilizados pelos projetistas, no trabalho.

Taylor entendia que o objetivo da administração deveria ser pagar bons salários e reduzir custos na produção aplicando métodos científicos e padronizando os processos. Ademais, os empregados deveriam ser cientificamente colocados em seus postos de trabalho e da mesma maneira deveriam ser treinados, além da administração ter que garantir um ambiente propício à produção.

No segundo momento de Taylor, ao publicar seu livro Administração Científica, foi apresentado um modelo de Racionalização do Trabalho. De acordo com o autor, as empresas sofriam (ou sofrem) de 3 males: a vadiagem dos empregados, a falta de conhecimento da gestão sobre os seus processos internos e a não padronização destes processos.

A aplicação da Administração Científica é feita pelo estudo dos tempos e movimentos, a supervisão funcional, padronização, planejamento do desenho das tarefas, princípio da exceção, prêmio pela execução eficiente das tarefas e diminuição da rotina do trabalho.

Outra observação importante do engenheiro foi a de que os operários aprendiam a executar suas tarefas, observando o vizinho trabalhando. Isso acarretava em muitas maneiras de se fazer a mesma coisa, já que variava da percepção de cada um sobre os movimentos e o tempo gastos. Para Taylor, os trabalhadores não tinham condição, nem formação para aprenderam sozinhos os trabalhos.

Com a Administração Científica ocorre a repartição das responsabilidades. A alta gerência fica com o planejamento, a supervisão com o auxílio e acompanhamento e os operários com a execução das tarefas.

Percebemos que inicia-se a Organização Racional do Trabalho (ORT), fundamentada em:
• Análise do trabalho em seus tempos e movimentos.
• Estudo da fadiga humana.
• Divisão do trabalho e especialização do operário.
• Desenho de cargos e tarefas.
• Incentivos salariais e prêmios de produção.
• Conceito de homo economicus.
• Condições ambientais de trabalho.
• Padronização de métodos e de máquinas.
• Supervisão funcional.

Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos

Com este fundamento Taylor, detalhou cada passo dos trabalhos analisados. Desta maneira ele separava o que era inútil do que era útil no processo de produção da tarefa. Os passos inúteis eram eliminados enquanto os úteis eram simplificados ou unidos a outros. Com este delineamento dos movimentos era possível somar o tempo padrão da atividade, já considerando os tempos mortos.

Gilbreth acompanhou os pensamentos de Taylor e observou as menores de trabalho. Estes movimentos elementares foram chamados de therblig e estão presentes nas tarefas executadas, quando do estudo do autor. O therblig constitui elemento fundamental da administração científica e é assim estabelecido:


• Procurar
• Escolher
• Pegar
• Transportar vazio
• Transportar cheio
• Posicionar
• Preposicionar
• Unir
• Separar
• Utilizar
• Soltar a carga
• Inspecionar
• Segurar
• Esperar inevitavelmente
• Esperar quando evitável
• Repousar
• Planejar

Outro conceito fundamental na administração científica é o de eficiência. A eficiência é a melhor e mais produtiva maneira de se fazer as tarefas. Isto envolve os melhores movimentos, nos melhores tempos, de maneira a otimizar os recursos disponíveis.

Estudo da fadiga humana

O fundamento da fadiga humana é essencial na administração científica, já que esta estuda os tempos e movimentos executados pelos seres humanos.

A fadiga do trabalhador implica em diminuição de eficiência na empresa e deve, portanto, ser evitada. Para Gilbreth as organizações devem implantar economia de movimentos relativos ao uso do corpo humano, ao arranjo do local de trabalho e ao desempenho das ferramentas e equipamentos.

Divisão do trabalho e especialização do operário

Como conseqüência dos estudos dos tempos e movimentos, as tarefas passaram a ser mais específicas. Antes os empregados executavam suas funções de acordo com a observação que faziam de um companheiro da produção. Agora este trabalho já estava com suas regras de execução pré-elaboradas.

Um operário desenhava sua tarefa totalmente, à sua maneira. Em seguida esta tarefa é dividida em partes que são executadas concomitantemente e em última análise de especialização desta atividade, ela passa a ser feita em fases especificadas que se completam.

Desenho de cargos e tarefas

Tarefas são a menor unidade do trabalho. O conjunto destas tarefas, acontecendo de maneira cíclica, da origem a cargos. O desenho dos cargos acontece quando consegue-se estabelecer as várias tarefas deste cargo, seus métodos e suas relações com os outros cargos da organização.

Estes desenhos têm o objetivo de conseguir profissionais com perfis adequados aos cargos, diminuindo custos de treinamentos e erros nas execuções do trabalho.


Incentivos salariais e prêmios de produção

De acordo com o pensamento de Taylor e seus seguidores os salário pago em função do tempo (mensal, diário...) deve ser substituído pelo salário pago por produção. Assim o trabalhador que produzir acima do tempo padrão ganha mais que os que o mesmo não conseguirem.

Conceito de homo economicus

Nessa visão acerca do ser humano, o homem é movido a recompensas. O trabalho nada mais é que uma maneira de ganhar dinheiro e o mesmo é motivado pela necessidade de não passar fome. Uma visão pequena do ser humano, de maneira que não considera seus sentimentos e, ainda por cima, o vê como um ser vadio.

Condições de trabalho

As empresas, de acordo com a administração científica, devem criar um ambiente saudável de produção. Não por causa do ser humano, mas sim por conta da eficiência.

Padronização

A padronização de métodos e ferramentas no trabalho contribui para a redução dos custos da empresas e agiliza o seu processo produtivo.

Supervisão funcional

A supervisão funcional da administração científica de Taylor, defende que os operários devem ter supervisores, independentes em sua função, para orientá-los em determinada fase do projeto. Desta maneira um funcionário recebe instrução de vários superiores.

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA

1. Princípios da administração científica de Taylor
a. Princípio do planejamento
b. Princípio de preparo
c. Princípio do controle
d. Princípio da execução

2. Princípios implícitos
a. Decompor as tarefas para eliminação de movimentos inúteis e racionalizar os movimentos úteis.
b. Estudar cada trabalho antes de fixar o modo como ele será executado.
c. Selecionar cientificamente os trabalhadores.
d. Treinar os trabalhadores com instruções técnicas.
e. Separa função de preparo e execução.
f. Especializar os trabalhadores tanto no preparo e controle, como na execução.
g. Planejar a produção e estabelecer planos de incentivos.
h. Padronizar maquinário e métodos de trabalho.
i. Dividir proporcionalmente entre acionistas e empregados as vantagens conseguidas através da racionalização.

3. Princípios de eficiência de Emerson: baseados na justiça social no trabalho e administração por objetivos. Emerson antecipou a administração por objetivos.

4. Princípios básicos de Ford
a. Princípio de intensificação
b. Princípio de economicidade
c. Princípio de produtividade

5. Princípio da exceção
Este princípio estabelece que as atividades que acontecem dentro da normalidade devem ser controladas pela supervisão, já que não há nada fora do esperado. As atividades que fogem à regra e não acontecem conforme o esperado devem ser estudadas pela alta direção da empresa.

CRÍTICAS A ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA

A primeira crítica à administração científica de Taylor parte dos sindicatos. De acordo com estes grupos esta padronização dos processos mecanizou o ser humano e tratou do trabalho como uma forma mecânica de se ganhar dinheiro, desconsiderando o lado psicológico do homem. Em contrapartida, a crítica construtiva se dá no fato de que o conhecimento passa a fazer parte da execução das tarefas, em um nível de supervisão, mas que é exigido até hoje e com muito mais intensidade.

Outra crítica marcante do modelo taylorista é a especialização das funções que detalhou a tamanho grau cada tarefa que praticamente dispensou do operário a necessidade de pensar. Porém, a padronização destas execuções em nível técnico possibilitou uma maior contratação de pessoas não muito qualificadas.

A administração científica foca o ser humano como indivíduos, desconsiderando o fato de que o mesmo vive em sociedade. Ademais seus críticos enfatizam a falta de comprovação científica e a abordagem incompleta da organização, limitando-se a considerar as organizações formais e não levarem em conta a informalidade das empresas.

Uma limitação também verificada pelos críticos do taylorismo é o estancamento dos estudos apenas no setor da produção. A aplicação da teoria como receituários para todas as situações nas organizações, e sua abordagem somente para sistemas fechados, também são atacada pelos que não a defendem.

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